19/08/14

Refugio Divino

Os filhos de Israel, enquanto estiveram no Egito e peregrinaram pelo deserto, eram uma figura visível da igreja de Deus na terra. Nessa passagem, Moisés estava falando, primariamente, sobre eles, todavia, em segundo plano, se referiu a todos os eleitos de Deus, em todas as épocas. Ora, assim como Deus era a habitação de seu povo de Israel, Ele tem sido o refúgio de todos os seus santos durante todos os séculos. Deus era a habitação de Israel especialmente quando eles estavam em escravidão e seu jugo era pesado. Quando eles tiveram de fazer tijolos sem receberem palha, e os superintendentes de Faraó os oprimiram, eles clamaram ao Senhor. Deus ouviu o clamor dos filhos de Israel e enviou-lhes seu servo Moisés.

De maneira semelhante, freqüentemente nos surgem épocas quando começamos a nos sentir oprimidos por Satanás. Creio que muitos crentes piedosos sentem a escravidão resultante da posição que ocupam. Mesmo alguns daqueles que nunca se converteram ao Senhor têm bastante sensibilidade para reconhecer que, às vezes, o serviço a Satanás é muito árduo, produz pouquíssima satisfação e envolve riscos terríveis. Alguns homens não podem fazer tijolos sem palha, por muito tempo, e não se tornarem relativamente conscientes de que estão em uma casa de servidão. Esses, que não fazem parte do povo de Deus, encontrando-se sob a pressão mental resultante da descoberta parcial de seu estado, voltam-se para algum tipo de justiça própria ou de prazer, a fim de esquecerem seu fardo e seu jugo.

No entanto, o povo eleito de Deus, movido por um poder superior, foi levado a clamar ao seu Deus. Este é um dos primeiros sinais de uma alma eleita: ela parece saber, por meio de um instinto divino, onde se encontra o verdadeiro refúgio. Você

recorda que, embora soubesse pouco a respeito de Cristo, tivesse pouca compreensão dos assuntos doutrinários e não entendesse a sua necessidade, alguma coisa o permitiu

ver que somente no trono de misericórdia você poderia encontrar refúgio.

Antes de tornar-se um crente, seu leito testemunhou muitas lágrimas, quando seu coração magoado se derramava diante de Deus, em palavras assim: “Ó Deus, eu quero alguma coisa. Não sei o que eu desejo, mas sinto uma opressão de espírito. Minha mente está sobrecarregada e percebo que somente o Senhor pode me dar alívio. Reconheço que sou um pecador. Oh! perdoa-me! Não entendo bem o plano de salvação, mas eu sei que desejo ser salvo. Eu me levanto e vou ter com meu Pai. Meu coração anela tornar-Te o meu refúgio”. Digo que esta é uma das primeiras indicações de que essa pessoa é um dos eleitos de Deus. É verdade que, assim como aconteceu com o povo de Israel no Egito, Deus é o refúgio de seu povo, mesmo quando eles estão sob opressão.

Quando termina o cativeiro, Deus se torna o lugar para que seu povo se refugie de seus pecados. Os israelitas foram tirados do Egito. Eles ficaram livres. Os israelitas não sabiam para onde estavam marchando, mas as algemas haviam sido despedaçadas. Eles foram emancipados e não precisavam mais chamar ninguém de “Senhor”. Porém, vejam, Faraó ficou irado e os perseguiu. Com

seus cavalos e seus carros, ele saiu apressadamente atrás dos israelitas. O inimigo disse: “Perseguirei, alcançarei, repartirei os despojos; a minha alma se fartará deles” (Êxodo 15.9).

De maneira semelhante, existem épocas da vida espiritual em que o pecado se esforça para reconquistar o pecador recém-libertado de suas garras. Assim como exércitos preparados para a batalha, todo o passado de iniqüidades do pecador corre atrás dele e o vence em um lugar onde seu caminho está cercado. O pobre fugitivo deseja escapar, mas não pode. Então, o que ele deve fazer? Lembre-se que, naquelas circunstâncias, Moisés clamou ao Senhor. Quando nada poderia oferecer refúgio aos pobres fugitivos, quando o mar Vermelho rugia diante deles e as montanhas os encerravam, em ambos os lados, e um inimigo furioso os perseguia, havia um caminho que não estava obstruído. Era o caminho do trono do Rei celestial, o caminho do Deus dos israelitas. Por isso, eles começaram imediatamente a andar por esse caminho, erguendo seus corações em humilde oração a Deus, crendo que Ele os livraria. Você conhece a história: como o

Charles Haddon Spurgeon

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