26/12/10

A Soberania de Deus Remove a Vanglória


Charles Haddon Spurgeon




Nessas palavras, o Senhor reivindica, da forma mais clara possível, o direito de outorgar ou reter sua misericórdia, de conformidade com sua própria vontade. Assim como um monarca está investido da prerrogativa de conceder vida ou morte, assim também o Juiz de toda a terra tem o direito de poupar ou condenar o culpado, conforme Lhe parecer melhor.

Os homens, por causa de seus pecados, perderam todo o direito diante de Deus e, portanto, merecem a perdição eterna. E, se todos eles buscarem seus direitos na presença dEle, não encontrarão qualquer fundamento para suas reivindicações. Se o Senhor age para salvar alguém, Ele o faz de modo que os objetivos de sua justiça não sejam distorcidos. No entanto, se Ele acha melhor deixar os condenados sofrerem a justa sentença, ninguém pode chamá-Lo a juízo. Tolos e imprudentes são todos os discursos que se referem aos direitos dos homens serem colocados na mesma condição diante de Deus. Ignorantes, se não forem algo pior, são as contenções contra a graça discriminadora de Deus; tais contenções expressam a rebeldia da natureza humana orgulhosa contra o trono e a autoridade de Jeová.

Quando Deus nos mostra nossa ruína completa, nosso infeliz merecimento e a justiça do veredicto divino contra o pecado, nunca mais contestamos a verdade de que o Senhor não tinha qualquer obrigação de salvar-nos; não murmuramos diante do fato de que Ele resolveu salvar outros, como se estivesse nos causando dano, mas sentimos que, se Ele desejou volver-se para nós, isso foi um ato espontâneo de bondade imerecida da parte dEle, pelo que bendiremos para sempre o seu nome.

Como poderão aqueles que são objeto da divina eleição adorar de forma suficiente a graça de Deus? Eles não têm motivo para se gloriarem, pois a soberania divina exclui com eficácia qualquer motivo. Somente o Senhor deve ser glorificado; a própria noção do mérito humano será lançada na vergonha eterna. Nas Escrituras, não existe uma doutrina que seja mais humilhante ao homem do que a da eleição; uma doutrina que mais promova a gratidão e, conseqüentemente, seja mais santificadora. Os crentes não devem temê-la, e sim regozijarem-se nela, em adoração.

A Necessidade da Graça


Charles Haddon Spurgeon


Começando um sermão em Romanos 8.29, Spurgeon disse: .Era muito natural, portanto, que uma profunda experiência espiritual o levasse a perceber claramente as doutrinas da graça. Porque uma experiência assim é a única escola em que estas grandes verdades podem ser eficazmente aprendidas. A falta de profundidade na vida interior é a causa da maioria dos erros doutrinários na igreja. A sã convicção de pecado, a profunda humilhação em face do pecado e um senso de total fraqueza e indignidade naturalmente conduzem a mente à crença nas doutrinas da graça, enquanto que a superficialidade quanto a essas questões deixa o homem satisfeito com seu credo superficial. Os ensinamentos comumente chamados de doutrinas calvinistas, geralmente são mais apreciados e mais calorosamente recebidos por aqueles que tiveram intensos conflitos de alma e aprenderam a força da corrupção interior e a necessidade da graça divina.. Ele disse, ainda: .Que poderei dizer a vocês que são crentes, senão isto: por amor desta graça, demonstrem gratidão, vivam mais como o Senhor de vocês viveu e mais dedicados ao serviço de Deus. Procurem gastar e serem gastos nEle. Nada pode fazer um homem trabalhar por Cristo tanto como a graça gratuita; e os que crêem nesta doutrina da graça gratuita e, apesar disso, mostram-se inativos, por certo defendem a doutrina na injustiça, pois não existe princípio tão ativo e impulsionador quanto esse..