Os Calvinistas crêem que é da
vontade de Deus que sejam salvos somente aqueles que Deus deu a seu amado
Filho, desde a eternidade. Por isso, Deus certamente, em sua graça soberana,
agirá de tal modo que o eleito se voltará irresistivelmente para Cristo. Deus
não força os eleitos a confiarem em seu Filho, mas, ao invés disso, dá-lhes
vida. O espírito humano morto tem a Satanás como irresistível; mas os espíritos
humanos vivificados (pela regeneração) têm ao Deus dos vivos como irresistível!
Para os calvinistas, pois, a regeneração (que é obra de Deus realizada no
homem) deve preceder o verdadeiro arrependimento e a fé.
Motivos para crer na Graça Irresistível
01 – A vontade de Deus é irresistível
No mesmo instante, se cumpriu a
palavra sobre Nabucodonosor; e foi expulso de entre os homens e passou a
comer erva como os bois, o seu corpo foi molhado do orvalho do
céu, até que lhe cresceram os cabelos como as penas da águia, e as suas unhas,
como as das aves. Dn 4.33
Lembrai-vos das coisas passadas
da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro
semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a
antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá
de pé, farei toda a minha vontade;... Is 46.9-10
...assim será a palavra que sair
da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e
prosperará naquilo para que a designei. Is 55.11
02 – Deus quer a salvação dos eleitos
Todo aquele que
o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o
lançarei fora. Jo 6.37
Respondeu-lhes Jesus: A obra
de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado. Jo 6.29
03 - Deus gerou àqueles que quis
Pois, segundo o seu
querer, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como
que primícias das suas criaturas. Tg 1.18
...os quais não nasceram do
sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de
Deus. Jo 1.13
04 – Consumou sua obra, dando vida
Pois assim como
o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica
aqueles a quem quer. Jo 5.21
Mas Deus, sendo rico em
misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando
nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -
pela graça sois salvos,... Ef 2.4-5
E, ouvindo eles estas coisas,
apaziguaram-se e glorificaram a Deus, dizendo: Logo, também
aos gentios foi por Deus concedido
o arrependimento para vida. At 11.18
05 – A salvação é eficazmente aplicada pelo Espírito Santo
...não por obras
de justiça praticadas por nós, mas segundo sua
misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo,... Tt 3.5
E todos nós, com o rosto desvendado,
contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos
transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o
Espírito. 2 Co 3.18
Toda a conversão de Paulo, como
exemplo típico da chamada eficaz do Senhor.
Atos, capítulo 9
Por: Carlos Reghine
Fonte: TULIP – Os cinco pontos do
Calvinismo à Luz das Escrituras
Veja também!
05
motivos para crer na Depravação Total
05
motivos para crer na Eleição Incondicional
04
motivos para crer na Expiação LimitadaUm Canal Reformado! Sempre reformando!
"O temor do Senhor é o princípio do saber,mas os loucos desprezam a sabedoria e o ensino." (Pv1:7)
25/04/12
21/04/12
Qual é a sua Fé
Devemos aprender do exemplo de Davi a prudência de conservar armas
provadas e eficazes. Muitos têm afirmado ser improvável que Davi matou o
gigante utilizando uma pedra. Cumpre-nos usar os mais adequados instrumentos
que pudermos encontrar. No que diz respeito às pedras que Davi apanhou no
ribeiro, ele não as apanhou ao acaso. Davi as escolheu diligentemente,
selecionando pedras lisas que se encaixariam com perfeição em sua funda, o tipo
de pedra que ele imaginava serviria melhor ao seu propósito. Davi não confiava
em sua funda. Ele nos disse que confiava no Senhor; todavia, saiu para confrontar
o gigante com sua funda, como se estivesse sentindo que a responsabilidade era
dele mesmo.
Esta é a verdadeira filosofia da vida de um crente. Você tem de realizar boas obras tão zelosamente como se tivesse de ser salvo por meio delas e tem de confiar nos méritos de Cristo como se não tivesse feito nada. Esta mesma atitude deve manifestar-se na obra de Deus: embora você tenha de trabalhar para Ele como se o cumprimento de sua missão dependesse de você mesmo, precisa entender com clareza e crer com firmeza que, afinal de contas, toda a questão, desde o início até ao final, depende completamente de Deus. Sem Ele, tudo o que você planejou ou realizou é inútil.
Deus nunca pretendeu que a fé nEle mesmo fosse sinônimo de indolência. Se a obra depende completamente dEle, não há necessidade de que Davi utilize a sua funda. Na realidade, não existe necessidade nem mesmo do próprio Davi. Ele pode virar suas costas, no meio do campo de batalha, dizendo: “Deus realizará a sua obra; Ele não precisa de mim”. Essa é a linguagem do fatalista; não é a linguagem que expressa a maneira de agir daqueles que crêemem Deus. Estes dizem:
“Deus o quer; portanto, eu o farei”. Eles não dizem: “Deus o quer; por isso,
não há nada para eu fazer”. Pelo contrário, eles afirmam: “Visto que Deus
trabalha através de mim, eu trabalharei por intermédio de sua boa mão sobre
mim. Ele concederá forças ao seu frágil servo e me utilizará como seu
instrumento, que, sem Ele, não serve para nada”. Se você está disposto a servir
a Deus, ofereça-Lhe o seu melhor. Não poupe nenhum músculo, nervo, habilidade
ou esperteza que você pode dedicar ao empreendimento. Não diga: “Qualquer coisa
será proveitosa; Deus pode abençoar minha deficiência tão bem quanto minha
competência”. Sem dúvida, Ele pode, mas certamente não o fará.
Esta é a verdadeira filosofia da vida de um crente. Você tem de realizar boas obras tão zelosamente como se tivesse de ser salvo por meio delas e tem de confiar nos méritos de Cristo como se não tivesse feito nada. Esta mesma atitude deve manifestar-se na obra de Deus: embora você tenha de trabalhar para Ele como se o cumprimento de sua missão dependesse de você mesmo, precisa entender com clareza e crer com firmeza que, afinal de contas, toda a questão, desde o início até ao final, depende completamente de Deus. Sem Ele, tudo o que você planejou ou realizou é inútil.
Deus nunca pretendeu que a fé nEle mesmo fosse sinônimo de indolência. Se a obra depende completamente dEle, não há necessidade de que Davi utilize a sua funda. Na realidade, não existe necessidade nem mesmo do próprio Davi. Ele pode virar suas costas, no meio do campo de batalha, dizendo: “Deus realizará a sua obra; Ele não precisa de mim”. Essa é a linguagem do fatalista; não é a linguagem que expressa a maneira de agir daqueles que crêem
18/04/12
Separai-vos
crente, embora esteja no mundo, não é do mundo. Ele deveria ser
distinguido do mundo nos grandes objetivos de sua vida. Para o crente, o viver
tem de ser Cristo (ver Filipenses 1.21). Quer beba, quer coma, quer faça alguma
outra coisa, o crente deve fazer tudo para a glória de Deus (ver 1 Coríntios
10.31). Você pode acumular tesouros, mas, no céu, onde nem a traça nem a
ferrugem corrói, e onde ladrões não podem escavar, nem roubar (ver Mateus
6.20). Talvez você queira se esforçar para ser rico, mas a sua ambição deve ser
tornar-se rico na fé (ver Tiago 2.5) e nas boas obras (ver 1 Timóteo 6.18).
Você pode desfrutar de prazeres; quando, porém, você se alegrar, cante salmos
(ver Tiago 5.13) e, em seu coração, faça melodias ao Senhor (ver Efésios 5.19).
Em seu espírito, bem como em seus propósitos, você deve ser diferente do mundo,
esperando humildemente em seu
Deus , sempre consciente de sua presença, deleitando-se na
comunhão com Ele. Procurando conhecer a vontade dEle, você comprovará que é
membro da raça celestial. Também deve ser separado do mundo em seus atos. Se
algo é certo, você tem de fazê-lo, embora venha a sofrer perdas. Se algo é
errado, ainda que resulte em ganhos, você tem de rejeitar o pecado por amor ao
seu Senhor. Você não deve ter comunhão com as obras infrutíferas das trevas, e
sim reprová-las.
Ande de modo digno da sua chamada e posição (ver Efésios 4.1). Lembre-se, crente, você é um filho do Rei dos reis. Portanto, mantenha-se limpo do mundo. Não manche os dedos que logo tocarão cordas celestiais. Não permita que os seus olhos, os quais em breve contemplarão o Rei em sua glória, tornem-se janelas de concupiscência. Não permita que seus pés, que logo caminharão nas ruas de ouro, sejam maculados em lugares lamacentos. Não permita que seu coração, o qual em breve será enchido pelas coisas celestiais e transbordará de regozijo, encha-se de orgulho e infelicidade.
Ande de modo digno da sua chamada e posição (ver Efésios 4.1). Lembre-se, crente, você é um filho do Rei dos reis. Portanto, mantenha-se limpo do mundo. Não manche os dedos que logo tocarão cordas celestiais. Não permita que os seus olhos, os quais em breve contemplarão o Rei em sua glória, tornem-se janelas de concupiscência. Não permita que seus pés, que logo caminharão nas ruas de ouro, sejam maculados em lugares lamacentos. Não permita que seu coração, o qual em breve será enchido pelas coisas celestiais e transbordará de regozijo, encha-se de orgulho e infelicidade.
Questionamentos humanos
Posted: 16 Apr 2012 09:00 PM PDT
Introdução Porque Deus sabendo que o homem iria pecar, o criou assim mesmo? Por que tanto sofrimento na vida presente e a salvação depois somente após a morte? Porque o evangelho de Cristo não é um evangelho de paz, de amor e compaixão para com o próximo? Por quê? Por quê? Por quê? Lembro-me de todos os meus filhos quando começaram a indagar o motivo das coisas serem da forma que são, ou o motivo de ser o que são. Todas as vezes que algo nos é nebuloso, oculto e do qual não temos as respostas, invariavelmente questionamos: por quê? Mas quando somos mais crescidos podemos complicar um pouco mais os questionamentos: qual o motivo do por quê? Será que de fato não sabemos? Estamos especulando? Queremos saber se o outro tem uma resposta melhor do que a nossa? Ou de fato queremos aprender algo como uma criança? Jesus afirmou que esta última é o ideal. “Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mateus 18:4). Fé e razão Nota-se que o teor das perguntas tem como base o sofrimento humano, nas suas necessidades, angústias, sendo ele, portanto, o centro da história e não Deus. A perspectiva humana sobre quem ele é, sobre o que ele vive, sobre o que ele vai ser, são questionamentos construídos sob a égide do racionalismo kantiano e sob o desdém de Nietsche que afirma que o Deus da Escritura morreu e que o super-homem surgiu em seu lugar. Para se responder a estas questões não se presta unicamente o seu questionador ter respostas a partir de suas perguntas, mas deve o questionador despir-se completamente de sua ótica pós-modernista e, como uma criança, revestir-se de um novo homem (Efésios 4.22 e Romanos 8.29; 12.1-2) . Ou seja, refazer todas as perguntas de forma a se submeter de forma humilde a todas as respostas não com a centralidade no homem, mas sob a perspectiva da Revelação Divina. Depois das grandes mudanças ocorridas na epistemologia científica e, portanto, filosófica; até mesmo Deus começou a ser olhado sob a ótica da matemática, da biologia, da psicologia, da física, da pedagogia, etc. Tais matérias podem e dever ser usadas para compreender muitas coisas, entretanto, Deus não. Não podemos colocar os óculos das ciências para tentar entender Deus ou Sua Revelação, por que isso acarreta no erro inicial, ou seja, tentamos entender Deus e o próprio homem a partir da ótica humana. Como se afirma “cada um tem a sua verdade...” e “cada um tem a sua interpretação da Bíblia”. E Deus termina por ser questionado de forma indevida. Doutra sorte, podemos olhar as ciências e o homem com os óculos da Revelação de Deus. A Bíblia é completamente inerrante (em suas línguas originais) e interpreta a si mesma de forma mais pura. Isso nos dá uma percepção divina acerca do homem, e do próprio Deus, pois Ele se revelou a nós, não fomos nós que o descobrimos perdido, vagando em algum lugar do espaço. Tal afirmação não tem como intuito dizer que devemos ser irracionais, mas que devemos ser supraracionais, uma vez que a matéria fé está acima da razão (Romanos 12.1-2) , e ela é completamente necessária para uma devida racionalização acerca de Deus. Não é possível racionalizar para depois crer; é necessário, entretanto, crer para racionalizar (João 20.29) . A primeira forma de se pensar, a partir da razão humana, nos conduz a questões que, invariavelmente, permanecerão sem respostas, como não há desde que o homem começou a se questionar e questionar o mundo à sua volta e o próprio Deus à parte de Deus. Por outro lado, a segunda nos leva a entender todas estas questões da perspectiva divina revelada em Sua Palavra. E isso deve ser assim, uma vez que todas estas ambiguidades estão acima da razão humana sendo, portanto, necessário um implemento divino que nos dá estas respostas, a fé é esse implemento, é dom (presente) de Deus. (Efésios 2.8; Hebreus 11.6) . Soberania divina x rejeição humana Desta forma, quando olhamos para a revelação suprema de Deus, a centralidade da história não está no homem, na sua criação, na sua existência, ou ainda na sua miséria, mas está no próprio Deus Triúno criador, conhecedor e mantenedor de todas as coisas. Deus, então, criou o homem sabendo que ele iria pecar e sofrer por que Deus é sádico? Pelo contrário, Deus criou o homem para se relacionar com ele, para dar a ele a oportunidade de ser à Sua imagem e semelhança, no intuito de que no fim Deus mesmo seja glorificado. E isso qualquer que seja a relação do homem para com ele, positiva, ou negativa. Deus nos criou para sua própria glória (Isaías 43.7) . E Ele nos deu esta satisfação mesmo não carecendo Ele de o fazer, mesmo nós não tendo o direito de questioná-lO o por quê (Romanos 9.20) . Contudo, ainda o homem sendo criado para glória de Deus, o homem O rejeitou, rejeitou Seus preceitos, rejeitou Sua moral, rejeitou Sua soberania. Apesar de não poder, o homem, de alguma forma mudar os planos de Deus (Gênesis 2.17; 3.11; 3.17; Jó 42.2) . Isso não quer dizer que o homem que rejeita a Deus não glorifica a Deus, glorifica sim e veremos isso posteriormente. Vemos que a decadência humana em todos os seus aspectos são decorrentes de uma ação do próprio homem, Adão, no paraíso, que era o representante da raça humana quando Deus estabeleceu uma aliança com a mesma. Adão era, no momento, o único ser humano existente quando Deus estabeleceu os princípios para que a humanidade se relacionasse com Ele. Desta forma, a queda de Adão proporcionou a toda raça as consequências de seu pecado e rebeldia contra Deus (Romanos 5.12; I João 1.8) ; o seu pecado, foi e é o pecado de toda a raça. Sofrimento humano Morte, doenças, violência, psicosomatizações, psicopatologias, catástrofes naturais, enfim, tudo o que acarreta sofrimento ao homem é consequência do próprio pecado humano (Gênesis 6.12-13; 18.20; Salmos 32.3-4; Tiago 4.1-4) . Deus afirmou a Adão: “...maldita é a terra por tua causa... até que tornes ao pó, por que tu és pó e ao pó tornarás...” (Gênesis 3.17-19) . A morte gerada na raça humana é uma morte vista em dois aspectos: 1.A morte espiritual inata e suas sequelas, e como consequência dela a 2.morte física e seus efeitos antecedentes, tais como, doenças, envelhecimento, etc. Não seria isso então maldade de Deus deixar o homem à mercê das consequências do pecado? Não poderia Ele ter evitado esta situação? Não poderia ter Deus intervido no momento da tentação de Adão e Eva? De fato, mas desta forma o homem não teria o livre arbítrio naquele momento. Livre arbítrio Ao contrário do que muitos pensam livre-arbítrio não se trata de fazer o que bem entende isso se chama livre agência, ou gerência. Livre-arbítrio foi a condição de Deus dada aos dois únicos seres que o tiveram, Adão e Eva, para escolherem não pecar, mas eles perderam o livre arbítrio a partir do momento em que pecaram, uma vez que após este evento, o homem é constantemente pecador desde o seu nascimento, desde a sua concepção, é natural do ser humano a condição de pecador (Salmos 51.5) , sem livre arbítrio, mas completamente responsável por todos os seus atos (Gênesis 4.7) . Se Deus tivesse intervido na situação, o homem seria apenas um autômato teleguiado para exercer funções e execuções previamente e mecanicamente estabelecidas. Entretanto, Deus responsabiliza o homem pelo seu pecado, uma vez que este era o termo da aliança estabelecida com Adão (Gênesis 2.17; Oséias 6.7) . Não há ser humano que não nasça dentro dessa premissa de pecador, desprovido de livre-arbítrio. Não há alguém que nasça na luz e decida ir para as trevas, como o ledo engano de uma letra de rock que afirma “exit light, enter night”. Todos já nascemos em trevas, mortos espirituais e mortos não decidem nada, mortos não têm condições de ir ao encontro de Deus, pois mortos não possuem vontade própria. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2.1). É fato que existe uma discussão mais do que secular entre livre-arbítrio e predestinação. Não quero delongar nesse assunto, mas quero apenas demonstrar algo. A Bíblia apresenta realmente os dois aspectos. Mas, como vimos, um morto espiritual não pode decidir por si ir até Deus. Mas convenhamos, quando a Bíblia apresenta o homem como responsável por sua salvação ela não está apenas demonstrando a atitude do homem submissa à soberania Divina? Não é uma perspectiva humana da salvação a fim de dar ao homem seu sentimento de responsabilidade sobre seus atos para que ele aceite a Cristo como Senhor? E isso após ter sido vivificado em Cristo pela ação do Espírito? O homem é passivo nessa aproximação que gera a vida espiritual . Naturalmente os textos que mostram Deus como responsável apresentam a soberania como perspectiva suprema. Soberana Providência Contudo, Deus não deixou o homem só. Não o deixou à mercê das consequências do pecado, mas de antemão previu isso; e na relação econômica da Trindade, por sua misericórdia e divina providência, Deus mesmo estabeleceu que como o homem haveria de pecar e consequentemente estaria sob o jugo do pecado, Ele mesmo encarnaria como homem, viveria de forma pura e santa, sem pecar, e Ele mesmo sofreria as consequências do pecado (como homem), a morte e o sofrimento decorrentes da quebra do pacto no Éden (I Pedro 1.19-20) , sem merecê-las. Desta forma haveria de existir um Ser completamente puro e santo (100% humano, 100%divino), sem pecado, que pagasse pelos pecados, não de todos, mas de alguns que Ele mesmo misericordiosamente escolheu livrá-los da condenação eterna (Efésios 1.4) como pena consequente do pecado (2 Timóteo 1.9, 1 Pedro 3:18 ) . E Deus mesmo não pode ser acusado de injusto por que escolheu, dentre toda a humanidade que estava a caminho do inferno, salvar uns e predestinar outros ao inferno: Romanos 9:20 Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Questionar a Deus sobre suas decisões é um ato simples e puro de rebeldia. Exclusividade Era necessário que, de fato, Deus morresse na cruz como homem por três motivos: 1. Não há possibilidade de que nenhum homem pudesse assumir tal responsabilidade para si, pois todos já nascem em pecado, e um pecador pagar pelos pecados de outro pecador é irracional (Ezequiel 18.4) . 2. Desta forma temos um Deus que se compadece de nossa condição humana, pois Ele viveu como homem, sabe o que é sofrer; e como tal tem plenas condições de nos conceder o perdão necessário para que possamos ter reatada a relação com Deus quebrada no Éden (Hebreus 4.15) . A queda de Adão no paraíso não foi acidental, mas determinada na eternidade por Deus para que, um dia, Ele providenciasse a salvação para o homem que quisesse conviver com ele por sua vontade (livre-agência), dada por Ele mesmo (Marcos 16.16; I Pedro 1.23) . 3. Necessariamente teria de ser um justo pagando pelos pecadores (I Pedro 3.18; I João 2.1) . Mas por que então o crente continua a sofrer com a morte, já que Cristo pagou pelos nossos pecados?Pecado e sofrimento A morte para o crente tem um peso diferente do peso da morte para o descrente. Quando aceitamos a Cristo como nosso único mediador (e só pode ser Ele dados os motivos acima, entre outros) o crente passa a ver o que de fato o pecado é, uma afronta a Deus que o libertou do próprio jugo do pecado. E quanto mais o crente aprofunda seu conhecimento nas Escrituras, na própria revelação suprema de Deus, sobre o que Ele é e quais seus planos para a humanidade, e estreita cada vez mais seu relacionamento com Ele, cada vez mais o crente quando peca se entristece devido ao fato de ter nele o Espírito Santo para o alertar (Efésios 1.13; 2 Coríntios 7.10) . A vida para o crente é uma constante luta contra o pecado, por isso quando morre, sua luta termina e passa a gozar da presença divina de forma intensa. Para o crente a morte se torna de fato um alívio da opressão do pecado. Por isso Paulo afirma: “Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor” (Filipenses 1:23) . Ao contrário, a vida do descrente não há o peso do pecado sobre ele no sentido de que ele não se importa, ou para ele não faz diferença pecar ou não (Salmos 36.1-2) . Não se trata aqui de ser um bom marido, um bom filho, esposa, etc. Por que a salvação eterna não é por pura moralidade, por obras, por boa intenção; pois destas o inferno está cheio; uma vez que a salvação é somente pela graça (Efésios 2.8) e não pelo mérito humano. O ser humano só passa a sentir desprazer no pecado quando ele se submete ao senhorio de Cristo (Salmos 36.9-10) para que Ele: 1.impute justiça a esse (Romanos 3.24) ; 2.conceda-lhe o Espírito Santo (Efésios 1.13) ; 3.retire dele o poder do pecado (I João 3.9) ; 4.lhe dê uma nova perspectiva de vida (João 10.10) ; 5. Lhe dê condições para que se submeta à sua Palavra (Salmos 1.2; 2 Timóteo 4.3-4) . E que por causa Dele, Ele: 6.Lhe dá a vida espiritual de presente para que possa crer Nele mesmo (Efésios 2.1, Colossenses 2.13) ; 7. Lhe permite ser chamado de filho de Deus (João 1.12) ; 8. Lhe conceda a vida eterna com Ele mesmo (João 3.16; Apocalipse 21.3) . Há sofrimento tanto na vida do crente, quanto na vida do descrente, contudo, o grande sofrimento do descrente na vida são as consequências de seus próprios pecados, o que também não deixa de ser para o crente; enquanto que a grande luta do crente é e deve ser não pecar e o seu sofrimento quando peca. Mas quando o crente morre, seu sofrimento é posto fim, e quando o descrente morre sentirá saudades do sofrimento da vida. Para que e o que pregar? Então devemos pregar o evangelho do Senhor Jesus mesmo sendo ele soberano? Isso é óbvio! Mas já houve quem disse que o óbvio também precisa ser dito para não ser esquecido. Ninguém conhece quem são os eleitos a não ser o próprio Deus. De fato o evangelho precisa ser anunciado! Todavia o que não é tão óbvio assim é que muitos falsos evangelhos de muitos falsos cristos estão sendo pregados e a massa incauta não percebe isso. Um olhar na superfície dos evangelhos e outros textos bíblicos nos leva a crer em uma difusão tal qual outra religião qualquer pregando: paz, amor, harmonia. Mas isso é irracional. É irracional uma vez que: 1.o mundo jaz no maligno (I João 5.19) ; 2.o mundo vos odeia (João 15.19) ; 3.só há um caminho para Deus (João 14.6) ; 4.só há um caminho para verdadeira felicidade (Tiago 1.2; I Pedro 1.3-9) ; 5.só há um único caminho para verdadeira paz e harmonia (Colossenses 1.20) . 6.qualquer ser humano é completamente corrupto para o pecado, totalmente depravado no sentido de que todas as suas faculdades e áreas da vida são manchadas pelo pecado (Isaías 64.6; Romanos 3.12) e portanto não podem alcançar uma harmonia com Deus à parte de Cristo. Todas estas questões precisam ser vistas conforme a relatividade de cada uma delas da seguinte forma: O mundo busca harmonia com quem e com quem o evangelho oferece harmonia? Quando o mundo oferece paz, devemos questionar: paz com quem e com quem o evangelho oferece paz? Quando devemos, ou ouvimos pregar o evangelho, perguntemos: o que é o evangelho? Quando na Bíblia vemos Jesus alertando sobre no futuro haver falsos cristos, falsos mestres e falsos evangelhos devemos ser criteriosos em avaliar o que vem a ser isso. Se o Diabo lhe aparecesse tal qual a figura horrenda que lhe designaram para ser sua imagem, você o seguiria? Claro que não. Mas e se ele pregasse para você um evangelho maravilhoso que supre todas suas necessidades, um evangelho provedor de uma paz totalmente zen e com o próximo, seja ele quem for; um evangelho que lhe proporcionasse uma completa harmonia com o cosmos, isso lhe atrai? Não somente você, mas bilhões buscam e pregam isso (Mateus 24.24; 2 Coríntios 11.14-15) . Exclusividade do evangelho Quando vemos o evangelho sendo pregado e absorvido desta forma banalizada, o que o torna diferente de qualquer outra religião? Absolutamente em nada ele é diferenciado. O pecado do homem continua sendo acobertado, amenizado e até mesmo se torna “inexistente” em algumas religiões. O evangelho satânico diz que o pecado não é algo que precisa ser considerado com muita ênfase; e que a sua negação na vida pessoal não precisa ser buscada para se ter uma vida plena como prometida por Deus e enfatiza o ser humano e suas carências. O imediatismo da nossa cultura requer que tenhamos nossas necessidades de amor, carinho e compreensão satisfeitas e o falso evangelho prega isso, pois é de fato uma real necessidade do ser humano devido ao pecado. Contudo, isso é como tratar de um tumor que causa dor de cabeça com aspirina, ao invés de uma cirurgia. É tratar da consequência sem tratar da causa. Precisa-se perceber que todas estas necessidades são consequência do pecado, ele é a raiz de todo mal, carência e das adversidades na raça humana e que invariavelmente cada um vai defender o seu lado de forma a criar todos os problemas decorrentes desta situação. Mas se ao contrário do mundo nos mantermos sob a luz do evangelho de Cristo que aponta nossos erros e pecados, temos paz com Deus e com o irmão (I João 1.7) . Entretanto pregar sobre o pecado é algo que assusta as pessoas, distancia-as da igreja, de qualquer religião, de qualquer pessoa que tente nos alertar sobre ele. Ninguém gosta de ver seus erros expostos mediante uma pregação. A sensação que se tem que o pregador só falta falar o seu nome. Mas é isso de fato o que acontece quando a palavra de Deus é pregada de forma fiel. Pois ela é uma espada de dois gumes: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”. (Hebreus 4:12) Mas é exatamente essa a mensagem do evangelho ele expõe todas as entranhas podres do ser humano. O ser humano é pecador (Romanos 3.23) e invariavelmente cada um precisa ser reconciliado (entrar em harmonia) com Deus (2 Coríntios 5.18; Colossenses 1.22) , por meio da paz promovida através da mediação de Cristo (Romanos 5.1; I Timóteo 2.5) . Desta forma quando nos submetemos ao senhorio de Cristo (Romanos 10.9; 2 Coríntios 4.5; I Pedro 3.15) nos tornamos oposição do curso do mundo e do próprio mundo enquanto descrente. Nos reconhecemos pecadores e nos sentimos incomodados por isso, buscamos em Deus não cometermos os mesmos erros, e o descrente não se dá conta e nem se importa com estas questões. Por esta causa não há possibilidade de alguém que não aceitou a Cristo como Senhor de sua vida entrar em acordo com quem já o fez (2 Coríntios 6.14-15; João 15.19) principalmente no que diz respeito ao caminho a se seguir na vida, quanto aos exemplos de vida a serem seguidos, quanto à que preceitos se ter como princípios de vida, por que como já lembramos: “o mundo jaz no maligno” enquanto o crente segue rumo oposto (Mateus 12.30; I Pedro 1.14) . É por isso que em muitas passagens de nossas vidas, e também na Bíblia, encontramos uma verdadeira batalha entre os verdadeiros crentes e descrentes no plano físico; por que forças opostas, mas não equivalentes, (pelo contrário há uma descompensação grotesca entre Deus e o maligno), estão batalhando no plano espiritual. Tais batalhas mais se identificam com tentativas desesperadas de Satanás sabendo que seu fim é certo e próximo do que uma medição de forças propriamente dita (Mateus 10.34-38) . É tal qual um cão latindo preso à corrente (Mateus 12.28-30; Apocalipse 20.1-3; Judas 1.6) . De mesma sorte a mensagem do evangelho não é passiva, nem negligente com o pecado (Mateus 3.7-12; 12.34-35; 23.33-39) . “Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue” (Hebreus 12:4). Isso também se torna bem evidente na primeira pregação do evangelho após a morte e ascensão de Cristo em Atos 2.14-39 com destaque para os versículos 23 e 38 no que diz respeito ao apontamento do pecado e conclamação ao arrependimento. Mostrando a esperança da vida eterna em Cristo Jesus, pois Ele mesmo resuscitou como que sendo nosso modelo de ressurreição (I Pedro 1.3-5) . Quando há uma certa harmonia do crente com o mundo no sentido de que ele não é, vez por outra, perseguido; se ele se dá bem com todo mundo; devemos nos perguntar: não existe algo de errado com isso? Se o mundo se opõe à Cristo de forma natural induzida por Satanás, como pois o crente terá harmonia com o mundo se ele foi criado para ser à imagem de Cristo, ou seja, refletir a Cristo no mundo? Quando o mundo olha para o verdadeiro crente, o que ele vê, não é o crente, mas a Cristo. Ao contrário disso, é sendo de fato conforme Deus planejou para o crente (Romanos 8.29) que ele glorifica a Deus. Da mesma forma o descrente glorifica a Deus, sendo conforme Deus o planejou (Romanos 9.17-25) . Desta maneira, quando Cristo voltar para executar seu juízo sobre toda a raça humana de todos os tempos, tanto crédulos, quanto incrédulos glorificarão a Deus, tantos os mortos ressurretos quanto os que estiverem vivos neste dia. Uns por que segundo os propósitos e desígnios de Deus aceitaram tê-lO como Senhor; outros por que não aceitaram em vida e mesmo assim o declararão como Senhor, só que tarde demais para receberem a graça da salvação. (Romanos 14.11; Filipenses 2.10-11) . Boas obras Mas isso não pode nos levar a crer que a caridade, o amor para com o próximo e coisas relativas a isso não fazem parte da vida do crente. Contudo, elas não são, em nenhuma hipótese, o meio de vida do crente, ou o meio para se galgar um espaço no paraíso eterno; a salvação não é por obras. (Efésios 2.8-9). O lugar destas coisas na vida do crente é que elas devem ser uma resposta de gratidão a Deus pela salvação recebida, não um meio para se chegar a ela. Rapidamente para elucidar uma aparente contradição entre Paulo e Tiago, quando o segundo afirma que a fé sem obras é morta (Tiago 2.17) . Ele não está afirmando que é necessário fé para salvação, mas que alguém que diz ter fé em Cristo, necessariamente há de ter obras como resposta à salvação. É exatamente o que ele conclui (Tiago 2.22) . Contudo, tais obras têm critérios para sua execução, três básicos são: 1. com os da própria família (ITimóteo 4,16) ; 2. com os irmãos da fé (Gálatas 6.10) ; 3. Com o mundo e; 4. com os próprios inimigos. (Lucas 6:35) Pecado e morte física Vendo a morte física como consequência do pecado ela também precisa ser eliminada da raça humana, por isso a revelação de Deus também nos promete a ressurreição do corpo. Mas esta ressurreição precisa proporcionar algo diferente nesse novo corpo (Apocalipse 21.4) . Se o novo corpo for sujeito ao pecado, como o de Adão o era, novamente a raça humana cairia em pecado e Deus teria de tirá-lo mais uma vez do paraíso. Mas o que Deus promete é que esse novo corpo não estará sujeito às consequências e nem será propenso ao pecado (I Coríntios 15.53) e, portanto, imortal com impossibilidade de pecar. Tal mesmo também será com o corpo dos ímpios. Serão imortais, contudo para sofrimento eterno (Daniel 12.2) . E mesmo assim Deus será glorificado, pois uma promessa havia sido dada em Gênesis 3.15. Essa promessa era uma maldição de Deus dizendo a Satanás (Gênesis 3.15; Apocalipse 12.9) que um homem (descendente da mulher) viria para destruir a obra que ele, Satanás, havia feito na raça humana, a morte. Por isso Paulo assevera que o último inimigo que Cristo destruiria é a morte, no que diz respeito à humanidade, uma vez que Cristo pessoalmente já a venceu (Mateus 28.6; Atos 2.24) e agora aguardamos a aplicação dessa vitória na raça humana (I Corintios 15.22-26) . Desta forma podemos responder sucintamente às perguntas: 1. Porque Deus sabendo que o homem iria pecar, o criou assim mesmo? Para sua própria glória. Apesar disso Ele não tem de explicar nada para ninguém. Ele é Deus é completamente soberano e não pode ser questionado por suas razões. 2. Por que tanto sofrimento na vida presente e a salvação depois somente após a morte? A culpa é do próprio homem. Deus não pode ser responsabilizado pelo pecado. 3. O evangelho de Cristo é um evangelho de paz, de amor e compaixão para com o próximo? Absolutamente a paz que o mundo oferece, bem como o amor e a compaixão são meras obras destituídas da graça de Deus e vão para o inferno todos os que a praticam a menos que estejam devidamente arraigados na graça do Senhor.
13/04/12
O Verdadeiro e o Falso Arrependimento
Visto que o apóstolo afirmou que o falso arrependimento não
apazigua a Deus, surge a pergunta: como Acabe obteve o perdão e removeu o
julgamento imposto sobre si? Se julgarmos pelos últimos atos de sua vida, ele
parecia ter sido comovido apenas por algum temor repentino (1 Rs 21.28-29). Na
verdade, Acabe vestiu-se de pano de saco, pôs cinzas sobre si mesmo e andava
cabisbaixo (1 Rs 21.27); e, conforme dizem as Escrituras, ele humilhou-se
diante de Deus. No entanto, rasgar as vestes, enquanto seu coração permanecia
obstinado e mergulhado na malícia, significava pouco. Apesar disso, observamos
como Deus exerceu misericórdia.
Eu respondo: os hipócritas, às vezes, são poupados por um pouco. A ira de Deus, porém, sempre permanece sobre eles. Isto acontece mais por causa do exemplo que eles se tornarão para outros do que pelo bem deles mesmos. Ainda que Acabe teve sua punição mitigada, que proveito isso lhe trouxe,visto que não sentiu qualquer benefício dessa mitigação, exceto enquanto estava vivo? Portanto, a maldição de Deus, embora secreta, havia se fixado sobre a residência de Acabe, que foi para a eterna condenação.
Este mesmo fato pode ser visto em Esaú, pois, embora ele tenha sofrido uma rejeição, uma bênção temporal foi assegurada às suas lágrimas (Gn 27.40). No entanto, visto que a herança espiritual resultante da profecia divina poderia ser possuída por apenas um dos irmãos, quando Esaú foi deixado de lado e Jacó, escolhido, a rejeição de Esaú como herdeiro excluiu a misericórdia de Deus. Mas a consolação de Jacó — fartar-se da exuberância da terra e do orvalho do céu (Gn 27.28) — fez Esaú tornar-se um homem selvagem.
Isto que acabei de afirmar tem de ser aplicado como exemplo para outras pessoas, a fim de que aprendamos mais rapidamente a dedicar nossas mentes e nossos esforços em favor do arrependimento verdadeiro; pois não pode haver dúvida de que, quando somos verdadeira e sinceramente convertidos, Deus, que estende sua misericórdia sobre os indignos (quando estes manifestam insatisfação com seu próprio “eu”), nos perdoará prontamente. Deste modo, também somos ensinados que julgamento terrível está acumulado para todos os obstinados, que, com descarada altivez e um coração petrificado, se divertem em desprezar e reduzir a nada as ameaças de Deus. Assim mesmo, Deus freqüentemente estendia sua mão aos filhos de Israel, para livrá-los de sua calamidade, embora os seus clamores fossem fingidos e seus corações, enganosos e falsos (cf. Sl 78.36-37); pois Deus mesmo reclamou, neste salmo, que eles sem demora reverteram o seu próprio caráter (v. 57). Porém, apesar disso, Deus, por meio de gentileza amável, quis trazê-los à conversão sincera e torná-los sem culpa. Ao suspender a punição por um tempo, Deus não fica obrigado por uma lei perpétua. Ao contrário, às vezes, Ele levanta o castigo ainda com mais severidade contra os hipócritas e duvidosos, para demonstrar quanto Lhe desagrada a presunção deles. Mas, conforme já dissemos, Deus apresenta alguns exemplos de sua prontidão em perdoar, e, mediante este perdão, os ímpios podem ser encorajados a restaurar suas vidas; enquanto o orgulho daqueles que obstinadamente Lhe resistem pode ser severamente condenado.
Eu respondo: os hipócritas, às vezes, são poupados por um pouco. A ira de Deus, porém, sempre permanece sobre eles. Isto acontece mais por causa do exemplo que eles se tornarão para outros do que pelo bem deles mesmos. Ainda que Acabe teve sua punição mitigada, que proveito isso lhe trouxe,visto que não sentiu qualquer benefício dessa mitigação, exceto enquanto estava vivo? Portanto, a maldição de Deus, embora secreta, havia se fixado sobre a residência de Acabe, que foi para a eterna condenação.
Este mesmo fato pode ser visto em Esaú, pois, embora ele tenha sofrido uma rejeição, uma bênção temporal foi assegurada às suas lágrimas (Gn 27.40). No entanto, visto que a herança espiritual resultante da profecia divina poderia ser possuída por apenas um dos irmãos, quando Esaú foi deixado de lado e Jacó, escolhido, a rejeição de Esaú como herdeiro excluiu a misericórdia de Deus. Mas a consolação de Jacó — fartar-se da exuberância da terra e do orvalho do céu (Gn 27.28) — fez Esaú tornar-se um homem selvagem.
Isto que acabei de afirmar tem de ser aplicado como exemplo para outras pessoas, a fim de que aprendamos mais rapidamente a dedicar nossas mentes e nossos esforços em favor do arrependimento verdadeiro; pois não pode haver dúvida de que, quando somos verdadeira e sinceramente convertidos, Deus, que estende sua misericórdia sobre os indignos (quando estes manifestam insatisfação com seu próprio “eu”), nos perdoará prontamente. Deste modo, também somos ensinados que julgamento terrível está acumulado para todos os obstinados, que, com descarada altivez e um coração petrificado, se divertem em desprezar e reduzir a nada as ameaças de Deus. Assim mesmo, Deus freqüentemente estendia sua mão aos filhos de Israel, para livrá-los de sua calamidade, embora os seus clamores fossem fingidos e seus corações, enganosos e falsos (cf. Sl 78.36-37); pois Deus mesmo reclamou, neste salmo, que eles sem demora reverteram o seu próprio caráter (v. 57). Porém, apesar disso, Deus, por meio de gentileza amável, quis trazê-los à conversão sincera e torná-los sem culpa. Ao suspender a punição por um tempo, Deus não fica obrigado por uma lei perpétua. Ao contrário, às vezes, Ele levanta o castigo ainda com mais severidade contra os hipócritas e duvidosos, para demonstrar quanto Lhe desagrada a presunção deles. Mas, conforme já dissemos, Deus apresenta alguns exemplos de sua prontidão em perdoar, e, mediante este perdão, os ímpios podem ser encorajados a restaurar suas vidas; enquanto o orgulho daqueles que obstinadamente Lhe resistem pode ser severamente condenado.
João Calvino
20/02/12
O Carnaval e a sua origem
Introdução
O Carnaval é, exclusivamente, um período de festas profanas e de divertimentos entre os Reis e a Quaresma, com o seu auge nos três dias anteriores à quarta-feira de Cinzas. Não se conhece verdadeiramente a origem da palavra Carnaval. Para uns, compreendia a terça-feira gorda, dia em que começava a proibição de ingestão de carne pela Igreja, como preparação para a Páscoa. Outros procuram no latim a explicação para o vocábulo: carnelevamen, depois carne, vale ("adeus, carne"). Carnelevamen pode significar igualmente carnis levamen, "prazer da carne", antes das abstinências e prescrições que marcam a Quaresma.
História
A origem da festa em si é também desconhecida. Uns advogam o culto de Ísis, outros as festas em honra de Dionísio, na Grécia clássica, outros ainda as bacanais, lupercais e saturnais, festejos romanos de grande licenciosidade e uso de máscaras, como, aliás, nas anteriores. Alguns não recuam tanto no tempo e apontam as suas origens para as festas dos doidos e dos inocentes da Idade Média. Cada uma em particular ou todas assimiladas na tradição acabaram por criar a tradição do Carnaval e os seus matizes ou formas regionais.
Depois, na Idade Média ainda, outras festas anunciavam já o Carnaval, apesar da Igreja não apreciar muito, ainda que tolerasse e não criasse barreiras institucionais ou morais incontornáveis. O papa Paulo II, no século XV, por exemplo, permitiu, em Roma, a Via Lata, um desfile alegórico de carros, com batalhas de confetes e lançamento de ovos, para além de corridas de cavalos ou de corcundas, entre outros folguedos. Mas todas estas festas populares grotescas foram "polidas" pelo Renascimento e pela Reforma Católica, acabando-se com a violência e ousadias públicas. O tétrico e o macabro, por outro lado, substituem o caráter de festa de "bobos" daqueles folguedos medievais. Surgem as danças da Morte e suas representações cênicas, os bailes de máscaras, promovidos pelo papado, decadente, do século XVI, que rapidamente se difundiram por Itália e França. Aqui se manteve até ao século XIX, quando ganha um novo vigor. Em Inglaterra ganha também popularidade este tipo de baile (como o de 1884 promovido pelo Real Instituto de Pintores e Aquarelistas, em que os pintores ingleses se mascararam de mestres do Renascimento ou de figuras da realeza européia). Perdia em festa "bufa" e de rua, ganhava em elegância, alegoria, ordem e requinte artístico, para além de tocar agora as classes mais abastadas, antes arredadas dos festejos populares. Bailes e desfiles organizados tomavam, na Europa Ocidental, o lugar das turbas de gente estilizada e aos gritos. Este "novo" Carnaval europeu surgiu em fins do século XIX e meados do XX, sobrevivendo ainda hoje, como por exemplo em Nice ou Munique.
O carnaval no
Brasil
Mas, Carnaval, dizem alguns, só há um: o do Brasil, e mais
concretamente o do Rio de Janeiro. Até meados do século XX, o
Carnaval - que assume várias facetas, conforme a cidade - era
ainda o colonial e monárquico, com reminiscências das festas de
entrudo levadas pelos colonos e imigrantes, majoritariamente
portugueses. As pessoas, de forma violenta, atiravam umas às
outras cal, farinha e água, num intuito de besuntar ou molhar
quem passava. No Rio, tudo isto foi proibido em 1904, gerando
polemicas e contestação entre o povo. Depois, alimentando uma
tradição anterior, ganharam dimensão festiva os zé-pereiras de
herança portuguesa, entre o povo, e os bailes em teatros, hotéis
ou casas particulares, fazendo-se eco das festividades que
começavam a ser moda na Europa na quadra. Como exemplo ficou
célebre os bailes do Teatro Municipal, no Rio, entre 1930 e
1975. Os bailes, entretanto, popularizaram-se rapidamente,
ganhando em animação e cor, com muita música. Música que ganhou
contornos próprios na quadra, com ritmos, letras e melodias
específicos. Da marcha Abre Alas de Chiquinha Gonzaga, em 1899,
outros gêneros foram surgindo: o samba, a marcha-rancho, a
batucada e o samba-enredo. A música carnavalesca tornou-se assim
um gênero específico até 1960. Recordem-se aqui canções como
Cidade Maravilhosa (1935) e Mamãe eu Quero (1937). A rádio
ajudou à consolidação deste gênero carnavalesco, mas a
televisão, a partir da década de 70, minimizou a música
carnavalesca. O aspecto visual ganhou em importância ao musical,
guindando as escolas de samba e o cortejo carioca para o momento
mais alto do Carnaval do Rio e de toda a quadra em qualquer
lugar do Mundo. Mas o samba não morreu, prevalecendo
principalmente a sua forma "enredo", animada cada vez mais pelas
baterias, cujos sons foram importados já por outros gêneros
musicais modernos e diferentes.
As escolas de samba são outra marca de identidade do Carnaval carioca. A primeira foi criada em 1928, a "Deixa Falar", no bairro de Estácio. A Praça Onze tornou-se local mítico de concentração das escolas de samba nos dias de Carnaval, incentivando-se assim, de ano para ano, graças à animação, o aparecimento de novas escolas e a formação até de campeonatos com sobe e desce de divisão. Hoje são autênticas empresas de espetáculo, devidamente registradas, muitas já com intuitos de solidariedade social. Há regras próprias dentro das escolas de samba, quer de admissão, quer de permanência, quer, em comum com as outras, de atuação dentro de um desfile de Carnaval. No entanto, são as escolas que mais animam o Carnaval, atraindo uma miríade de colaboradores ao longo do ano e um frenesi inusitado na época do Carnaval.
Além das escolas, outros baluartes da preservação e manutenção do Carnaval carioca são as Sociedades Carnavalescas, com as suas "Sumidades", funcionando como altas dignidades do rei momo. O Carnaval do Rio é também o Carnaval da liberdade, fora do sambódromo, fora dos desfiles, em passeatas em grupo (blocos, cordões, ranchos), em festas particulares e num sem número de atividades e comemorações mais ou menos licenciosas por todo o lado. Antigamente, existiam também os corsos, com desfiles de automóveis enfeitados, mas o aparecimento de automóveis fechados (e fim dos "calhambeques") acabou com esta tradição.
No Brasil, existem outras formas de Carnaval, como o da Baía, de tradição africana (como o cortejo dos afoxés), com sonoridades e ambientes diferentes do Rio, e também os de Olinda e Recife, em Pernambuco, também no Nordeste, também animadíssimos e marcados pelas músicas de ritmo frenético e contagiante, em batidas sincopadas a par de instrumentos de sopro.
As escolas de samba são outra marca de identidade do Carnaval carioca. A primeira foi criada em 1928, a "Deixa Falar", no bairro de Estácio. A Praça Onze tornou-se local mítico de concentração das escolas de samba nos dias de Carnaval, incentivando-se assim, de ano para ano, graças à animação, o aparecimento de novas escolas e a formação até de campeonatos com sobe e desce de divisão. Hoje são autênticas empresas de espetáculo, devidamente registradas, muitas já com intuitos de solidariedade social. Há regras próprias dentro das escolas de samba, quer de admissão, quer de permanência, quer, em comum com as outras, de atuação dentro de um desfile de Carnaval. No entanto, são as escolas que mais animam o Carnaval, atraindo uma miríade de colaboradores ao longo do ano e um frenesi inusitado na época do Carnaval.
Além das escolas, outros baluartes da preservação e manutenção do Carnaval carioca são as Sociedades Carnavalescas, com as suas "Sumidades", funcionando como altas dignidades do rei momo. O Carnaval do Rio é também o Carnaval da liberdade, fora do sambódromo, fora dos desfiles, em passeatas em grupo (blocos, cordões, ranchos), em festas particulares e num sem número de atividades e comemorações mais ou menos licenciosas por todo o lado. Antigamente, existiam também os corsos, com desfiles de automóveis enfeitados, mas o aparecimento de automóveis fechados (e fim dos "calhambeques") acabou com esta tradição.
No Brasil, existem outras formas de Carnaval, como o da Baía, de tradição africana (como o cortejo dos afoxés), com sonoridades e ambientes diferentes do Rio, e também os de Olinda e Recife, em Pernambuco, também no Nordeste, também animadíssimos e marcados pelas músicas de ritmo frenético e contagiante, em batidas sincopadas a par de instrumentos de sopro.
A Bíblia
concorda com isso?
Não precisamos ir muito longe na palavra de Deus para saber
que o carnaval e uma festa contraria a sua vontade. Esta festa
onde tudo é liberado não diz respeito à vontade de um Deus que
ama seus servos e diz que eles são templo do seu Espírito (1Cor.
3.16). E temos como principal ponto de maior impacto durante a
comemoração desta festa ímpia o nosso País. Para ser mais exato
O Rio e também atualmente a Bahia. Além do mais se trata de
uma festa onde muitas pessoas adulteram, se embriagam,
participam de orgias, fornicações, drogas etc. Realmente podemos
saber que a Bíblia é contra tais atitudes. Já que a Palavra de
Deus busca preservar o matrimônio. A Bíblia também condena tais
atitudes
ao
inferno “Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de
Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem
adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem
avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão
o reino de Deus” (1Cor. 6.9-10). Deus
nos orienta através de sua Palavra a não se contaminar com as
coisas deste mundo. Principalmente quando se trata de coisas que
a imorais e sodomitas. O que é algo comum para certas pessoas.
Deus nos diz em sua santa Palavra: “Não ameis o mundo nem as
coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai
não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem
como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de
Deus permanece eternamente (I João 2 15-17). Com toda certeza o
servo de Deus sabe como agradá-lo. Fazendo a sua vontade e obedecendo
a sua Palavra seremos muito bem sucedidos em tudo o que fizermos.No ano de 2008 tivemos o prazer de ver
Deus no controle de
tudo. Uma reportagem mostrou um carro alegórico com a imagem ou
figura do diabo entrando e acenando para a platéia no
carnaval. Mais uma vez Deus mostrou quem é que está no controle.
Antes de terminar seu passeio pela avenida o carro alegórico
começou
a pegar fogo e teve
que ir ate o final do desfile com a cabeça baixa e os braços
também abaixados.Por que isso aconteceu? seria uma coincidência? A Bíblia diz que de
Deus não se zomba. De certa forma, não sei talvez ousaram pensar
que podiam fazer esta alegoria para representar o domínio das
trevas sobre esta terra. Mais se esta foi a intenção tiveram sua
esperança frustrada.Pois a Bíblia diz sobre nosso senhor Jesus
Cristo: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o
nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se
dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda
língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus
Pai” (Fl 2.9-11).
Por isso meu querido irmão celebre ao Senhor com o vinho
novo que foi derramado em nossos corações. E não com o velho
vinho onde muitos se embriagam e afastam-se do Senhor nosso
Deus.
Que o senhor te abençoe.
Fonte: enciclopédia online.
Bíblia de estudos Almeida Revista e corrigida.
Pr. Adelcio ferreira
O estado intermediário dos mortos
INTRODUÇÃO
Para onde as pessoas vão ao morrerem? Esta é uma pergunta
intrigante que todos fazem em algum momento da vida. A Bíblia nos fala
do juízo final, quando todos serão encaminhados para seus lugares
eternos: o céu ou o lago de fogo. E antes desse julgamento ? Onde
estarão os mortos ? Haverá um tipo de "sala de espera" do tribunal de
Cristo ? Em busca de resposta a essa questões empreenderemos este estudo
acerca do Estado Intermediário dos Mortos.
A VIDA PSÍQUICA APÓS A MORTE FÍSICA
O aspecto central no ensino neotestamentário acerca do
futuro do homem é a volta de Cristo e os eventos que acompanharão essa
volta: a ressurreição, o juízo final e a criação da nova Terra. Mas
antes de avançarmos para considerar esse assuntos, temos de dar alguma
atenção ao que normalmente é denominado de "o estado intermediário" -
isto é, o estado do morto entre a morte e a ressurreição.
Desde o tempo de Agostinho, os teólogos cristão pensavam
que, entre a morte e a ressurreição, as almas dos homens desfrutavam do
descanso ou sofriam enquanto esperavam ou pela complementação de sua
salvação, ou pela consumação de sua condenação. Na Idade Média, esta
posição continuou a ser ensinada, e foi desenvolvida a doutrina do
Purgatório. Os Reformadores rejeitaram a doutrina do Purgatório, mas
continuaram a defender um estado intermediário, embora Calvino, mais do
que Lutero, tendia mais a considerar esse estado como de uma existência
consciente. Em sua obra Psychopannychia, uma resposta aos Anabatistas de
seu tempo, que ensinavam que as almas simplesmente dormiam entre a morte
e a ressurreição, Calvino ensinou que, para os crentes, o estado
intermediário é tanto de benção como de expectação - por causa disso a
benção é provisória e incompleta. Desde aquele tempo, a doutrina do
estado intermediário tem sido ensinada pelos teólogos da Reforma, e se
reflete nas Confissões da Reforma.
Entretanto, a doutrina do estado intermediário tem sido
recentemente sujeita a uma crítica severa. G.C.Berkouwer retrata o ponto
de vista de alguns destes críticos em seu recente livro sobre
escatologia. G.Van Der Leeuw (1890-1950), por exemplo, sustenta que após
a morte somente existe uma perspectiva escatológica para os crentes: a
ressurreição do corpo. Ele rejeita a idéia de que exista "algo" do homem
que continue após a morte e sobre o que Deus construiria uma nova
criatura. De acordo com as Escrituras, assim insiste ele, o homem morre
totalmente, com corpo e alma; quando o homem, mesmo assim, recebe uma
nova vida na ressurreição, isto é um feito maravilhoso de Deus, e não
algo que jorre naturalmente da existência atual do homem. Por causa
disso, falar de "continuidade" entre nossa vida atual e a vida da
ressurreição leva ao engano. Deus não cria nosso corpo ressurreto a
partir de alguma coisa - por exemplo, nosso espírito, ou nossa
personalidade - mas ele cria uma nova vida do nada, de nossa vida
aniquilada e destruída.
Outro crítico moderno da doutrina do estado intermediário é
Paul Althaus, um teólogo luterano (1888-1966). Esta doutrina, sustenta
ele, deve ser rejeitada uma vez que pressupõe a existência continuada e
independente de uma alma incorpórea, e por este motivo é mesclada com
Platonismo. Althaus apresenta várias objeções à doutrina do estado
intermediário. Esta doutrina não faz jus à seriedade da morte, uma vez
que a alma parece passar incólume através da morte. Por sustentar que,
sem o corpo o homem pode ser totalmente abençoado e completamente feliz,
esta doutrina nega a importância do corpo. A doutrina tira o significado
da ressurreição; quanto mais aumentarmos as bênçãos do indivíduo após a
morte, mais diminuiremos a importância do último dia. Se, de acordo com
esta doutrina, os crentes após a morte já estão abençoados e o ímpio já
está no inferno, por que ainda é necessário o dia do juízo? A doutrina
do estado intermediário é completamente individualista; ela envolve mais
um tipo privado de bênção do que comunhão com os outros, e ignora a
redenção do cosmos, a vinda do Reino e a perfeição da igreja. Em suma,
conclui Althaus, esta doutrina separa o que deve estar junto : corpo e
alma, o individual e o comunitário, felicidade e a glória final, o
destino de indivíduos e o destino do mundo.
Em resposta a estas objeções, deve ser admitido que a
Bíblia fala muito pouco acerca do estado intermediário e que aquilo que
ela diz acerca dele é contingente à sua mensagem escatológica principal
sobre o futuro do homem, que diz respeito à ressurreição do corpo. Temos
de concordar com Berkouwer que aquilo que o Novo Testamento nos fala
acerca do estado intermediário não passa de um sussurro. Temos também de
concordar que em lugar nenhum o Novo Testamento nos fornece uma
descrição antropológica ou exposição teórica do estado intermediário.
Entretanto, permanece o fato de que há evidência suficiente para nos
capacitar a afirmar que, na morte, o homem não é aniquilado e o crente
não é separado de Cristo. Veremos mais adiante qual é esta evidência.
Nesse ponto, devemos fazer uma observação sobre a
terminologia. Geralmente, é dito por cristão que a "Alma" do homem
continua a existir após o corpo ter morrido. Este tipo de linguagem
'freqüentemente criticado como revelando um modo grego ou platônico de
pensar. Será que isso é necessariamente assim?
Deve ser admitido que certamente é possível falar da "alma"
de modo platônico. É bom lembrarmos que existem divergências entre essa
visão e a concepção cristã do homem.
Mas, o fato de que os gregos usaram o termo alma de modo
não bíblico não implica, necessariamente, que todo uso da palavra alma,
para indicar a existência continuada do homem após a morte, seja errado.
O próprio Novo Testamento utiliza ocasionalmente deste modo a palavra
grega para a alma, psyche. Arndt e Gingrich, em seu Greek-English
Lexicon of the New Testament, sugerem que psyche, no Novo Testamento,
pode significar vida, alma como o centro da vida interior do homem, alma
como o centro da vida que transcende a terra, aquela que possui vida, a
criatura vivente, alma como aquela que deixa o reino da terra e da morte
e continua a viver no Hades.
Existem, pelo menos, três exemplos claros do Novo
Testamento onde a palavra psyche é usada para designar aquele aspecto do
homem que continua a existir após a morte. O primeiro deles encontra-se
em Mt.10:28: "Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma
(psyche); temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a
alma como o corpo". O que Jesus diz é o seguinte: Existe algo seu que
aqueles que o matam não podem tocar. Este algo tem de ser um aspecto do
homem que continua a existir após a morte do corpo. Dois exemplos mais
deste uso da palavra são encontrados no livro do Apocalipse: "Quando ele
abriu o quinto sele, vi debaixo do altar as almas (psychas) daqueles que
tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do
testemunho que sustentavam" (6:9): "Vi ainda as almas (psychas) dos
decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da
palavra de Deus" (20:4). Em nenhuma destas duas passagens a palavra
almas pode se referir a pessoas que ainda estejam vivendo na terra. A
referência é claramente a mártires assassinados: a palavra almas é usada
para descrever aquele aspecto desses mártires que ainda existe após seus
corpos terem sido cruelmente abatidos.
Concluímos, portanto, que não é ilegítimo nem antibíblico
usar a palavra alma para descrever o aspecto do homem que continua a
existir após a morte. Devemos acrescentar que, às vezes, o Novo
Testamento usa a palavra espírito (pneuma) para descrever esta aspecto
do homem: por exemplo, em Lucas 23:46, Atos 7:59 e Hebreus 12:23.
As escrituras ensinam claramente que o homem é uma unidade
e, que "corpo e alma" (Mt.10:28) ou "corpo e espírito" (I Cor. 7:34
Tg.2:26) são inseparáveis. O homem só é completo nesta espécie de
unidade psicossomática. Porém, a morte faz surgir uma separação
temporária entre o corpo e a alma. Uma vez que o Novo Testamento,
ocasionalmente, realmente fala das "almas " ou dos "espíritos" dos
homens como ainda existindo durante o tempo entre a morte e a
ressurreição, nós também podemos fazê-lo, desde que lembremos que este
estado de existência é provisório, temporário e incompleto. Uma vez que
o homem não é totalmente homem sem o corpo, a esperança escatológica
central das escrituras, em relação ao homem, não é a simples existência
continuada da "alma" (conforme o pensamento grego) mas é a ressurreição
do corpo.
Passaremos agora a investigar o que a Bíblia ensina acerca
da condição do homem entre a morte e a ressurreição. Comecemos pelo
Velho Testamento. De acordo com o Velho Testamento, a existência humana
não finda com a morte; após a morte, o homem continua a existir no reino
dos mortos, geralmente denominado Sheol. George Eldon Ladd sugere que o
"Sheol é a maneira vétero-testamentária de afirmar que a morte não acaba
com a existência humana."
Na versão King James a palavra hebraica Sheol é traduzida
diversamente como sepultura (31 vezes), inferno (31 vezes) ou cova (31
vezes). Porém, tanto na Versão American Standard como na Versão Revised
Standard, Sheol não foi traduzida.
Ao passo que admite que a palavra nem sempre significa a
mesma coisa, Louis Berkhof sugere um sentido tríplice para Sheol: o
estado de morte, sepultura ou inferno. É bem confirmado que Sheol possa
significar tanto o estado de morte como a sepultura; mas é duvidoso que
possa significar inferno.
Geralmente, Sheol significa reino dos mortos que deve ser
entendido figuradamente ou como designando o estado de morte.
Freqüentemente, Sheol é simplesmente usado para indicar o ato de morrer:
"Chorando, descerei a meu filho até à sepultura (Sheol)" (Gn.37:35).
As diversas figuras aplicadas ao Sheol podem todas ser
entendidas como se referindo ao reino dos mortos: é dito do Sheol que
ele tem portas (Jó 17:16), que é um lugar escuro e triste (Jó 17:13), e
que é um mostro com apetite insaciável (Pv.27:20 30:15-16 Is.5:14
Hc2:5). Quando considerarmos o Sheol deste modo, temos de lembrar que
tanto o piedoso como o ímpio descem ao Sheol na morte, uma vez que ambos
entram no reino dos mortos.
Às vezes, Sheol pode ser traduzido como sepulcro. Exemplo
claro está no Salmo 141:7: "ainda que sejam espalhados os meus ossos à
boca do Sheol se lavra e sulca a terra". Entretanto, este não parece ser
um significado comum do termo, e especialmente não o é porque existe um
termo hebraico para sepultura, gebher. Muitas passagens nas quais Sheol
poderia ser traduzido por sepultura, têm também o sentido claro se
traduzirmos Sheol por reino dos mortos.
Tanto Louis Berkhof como William Shedd sugerem que, às
vezes, Sheol pode significar inferno ou lugar de punição para os ímpios.
Mas as passagens citadas para sustentar esta interpretação não são
convincentes. Um dos textos assim citados é o do Salmo 9:15: "Os
perversos serão lançados no Sheol , e todas as nações que se esquecem de
Deus". Mas não há indicação no texto de que uma punição está envolvida.
Fica difícil crer que o Salmista esteja predizendo aqui a punição eterna
de cada membro individual destas nações iníquas. A passagem, porém, tem
sentido bem claro se entendermos Sheol no significado comum,
referindo-se ao reino da morte. O salmista estará então dizendo que as
nações ímpias, embora agora se orgulhem de seu poder, serão extirpadas
pela morte.
Outra passagem apresentada por Berkhof é a do Salmo 55:15:
"A morte os assalte, e vivos desçam ao Sheol!" À luz do princípio do
paralelismo que, geralmente, caracteriza a poesia hebraica, pareceria
que a segunda linha está apenas repetindo o pensamento da primeira
linha: a morte (ou desolação, na leitura marginal) virá sobre estes meus
inimigos. Descer vivo ao Sheol, então significaria morte súbita, mas não
implicaria, necessariamente, punição eterna.
Outro texto ainda citado por Berkhof, relacionado com isto,
é o de Provérbios 15:24: "Para o entendido há o caminho da vida que o
leva para cima, a fim de evitar o Sheol em baixo". Mas aqui novamente se
encontra o contraste óbvio entre vida e morte, a última representada
pela palavra Sheol.
Não foi definitivamente comprovado, portanto, que Sheol
possa designar o lugar de punição eterna. Mas é verdade que já no Velho
Testamento começa a aparecer a convicção de que o destino do ímpio e o
destino do piedoso, após a morte, não são o mesmo. Esta convicção é
expressa primeiramente na crença de que, embora o ímpio permanecerá sob
o poder do Sheol, o piedoso finalmente será liberto desse poder.
A DOUTRINA DO SONO DA ALMA
Esta é uma das formas em que a existência consciente da
alma depois da morte é negada. Ela afirma que depois da morte, a alma
continua a existir como um ser espiritual individual, mas num estado de
repouso inconsciente. Eusébio faz menção de uma pequena seita da Arábia
que tinha esse conceito. Durante a idade Média havia bem poucos dos
chamados psicopaniquianos, e na época da Reforma esse erro era defendido
por alguns dos anabatistas. Calvino chegou a escrever um tratado contra
eles intitulado Psychopannychia. No século dezenove esta doutrina era
propugnada por alguns dos irvingitas da Inglaterra, e nos nossos dias é
uma das doutrinas favoritas dos russelitas ou dos sectários da aurora do
milênio nos Estados Unidos. Segundo estes últimos, o corpo e a alma
descem à sepultura, a alma num estado de sono que de fato equivale a um
estado de não existência. O que é chamado ressurreição, na realidade é
uma nova criação. Durante o milênio os ímpio terão uma segunda
oportunidade, mas , se eles não mostrarem um assinalado melhoramento
durante os cem primeiros anos, serão aniquilados. Se nesse período
evidenciarem alguma correção de vida, continuarão em prova, mas somente
para acabar na aniquilação se permanecerem impenitentes. Não existe
inferno, não existe nenhum lugar de tormento eterno. A doutrina do sono
da alma exerce peculiar fascínio sobre os que acham difícil acreditar na
continuidade da vida consciente fora do corpo.
ESTADO DOS JUSTOS ENTRE A MORTE E A RESSURREIÇÃO
A posição das igrejas reformadas é de que as almas dos
crentes, imediatamente após a morte, ingressam nas glórias dos céus.
Este conceito encontra ampla justificação nas escrituras, e é bom tomar
nota disto, visto que durante o último século alguns teólogos reformados
calvinistas assumiram a posição de que os crentes, ao morrerem, entram
num lugar intermediário e ali permanecem até o dia da ressurreição.
Todavia, a Bíblia ensina que a alma do crente, quando separada do corpo,
entra na presença de Cristo. Diz Paulo : "estamos em plena confiança,
preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor", II Cor.5:8.
A CONDIÇÃO DO ÍMPIO APÓS A MORTE
As passagens que falam da condição do injusto de pios da
morte não são tão numerosas quanto as que encontramos a respeito da
condição do justo. Porém as que temos são suficientemente claras para
que não nos reste dúvida alguma sobre o assunto.
No Evangelho de Lucas lemos: "E aconteceu que o mendigo
morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também
o rico, e foi sepultado. E no inferno, erguendo os olhos, estando em
tormentos, viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio (Lc.16:22-23)". E
no verso 26 desse mesmo capítulo: "E, além disso, está posto um grande
abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para
vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá".
São do apóstolo Pedro as palavras que seguem: "Assim, sabe
o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o
dia do juízo, para serem castigados" (II Pd.2:9).
Além dessas passagens que acabamos de citar, temos as que
já consideramos em relação à condição do justo. Estas passagens, de uma
maneira negativa, apoiam as outras. Destas considerações tiramos as
seguintes conclusões:
Que os ímpios no estado intermediário estão em pleno
exercício de suas faculdades.
Que já estão sofrendo as dores do inferno, porque o ímpio,
quando fecha os olhos neste mundo, os abre no inferno.
DOUTRINA CATÓLICA ROMANA
O PURGATÓRI
De acordo com a igreja de Roma, as almas dos que são
perfeitamente puros por ocasião da morte são imediatamente admitidos no
céu ou na visão beatífica de Deus; mas os que não se acham perfeitamente
purificados, que ainda levam sobre si a culpa de pecados veniais e não
sofreram o castigo temporal devido aos seus pecados - e esta é a
condição da maioria dos fiéis quando morrem - têm que se submeter a um
processo de purificação, antes de poderem entrar nas supremas alegrias e
bem-aventuranças do céu. Em vez de entrarem imediatamente no céu, entram
no purgatório.
O purgatório não seria um lugar de prova, mas de
purificação e de preparação para as almas dos crentes que têm a
segurança de uma entrada final no céu, mas ainda não estão prontas para
apossar-se da felicidade da visão beatífica. Durante a estada dessas
almas no purgatório, elas sofrem a dor da perda, isto é, a angústia
resultante do fato de que estão excluídas da bendita visão de Deus, e
também padecem "castigo dos sentidos", isto é, sofrem dores que afligem
a alma.
O LIMBRUS PATRUM
A palavra latina limbus (orla, borda) era empregada na
Idade Média para denotar dois lugares na orla ou na borda do inferno, a
saber, o limbus patrum (dos pais) e o limbus infantum (das crianças).
Aquele era o lugar onde, segundo os ensino de Roma, as almas dos santos
do Velho Testamento ficaram detidas, num estado de expectativa, até à
ressurreição do Senhor dentre os mortos. Supõe-se que, após sua morte na
cruz, Cristo desceu ao lugar de habitação dos pais para livrá-los do seu
confinamento temporário e levá-los em triunfo para o céu. Esta é a
interpretação católica romana da descida de Cristo ao Hades. O Hades é
considerado como o lugar de habitação dos espíritos dos mortos, tendo
duas divisões, uma para os justos e a outra para os ímpios.
O LIMBUS INFANTUM
Este seria o lugar de habitação das almas de todas as
crianças não batizadas, independentemente de sua descendência de pais
pagãos, quer de cristãos. De acordo com a igreja Católica Romana, as
crianças não batizadas não podem ser admitidas no céu, não podem entrar
no Reino de Deus, Jo.3:5. Sempre houve natural repugnância, porém, pela
idéia de que essas crianças devem ser torturadas no inferno, e os
teólogos católicos romanos procuraram um meio de escapar da dificuldade.
Alguns achavam que tais crianças talvez sejam salvas pela fé dos pais, e
outros, que Deus pode comissionar os anjos para batizá-las. Mas a
opinião predominante é que, embora excluídas do céu, é-lhes destinado um
lugar situado nas bordas do inferno, aonde não chegam as chamas
terríveis.
CONCLUSÃO
Entendemos pelas escrituras que a alma permanece viva e
consciente após a morte do corpo. Nesse estado, a alma do justo já se
encontra na presença do Senhor, em um lugar que normalmente denomina-se
"paraíso". O ímpio, por sua vez, já se encontra em tormentos no inferno.
Tais lugares são de permanência temporária, até que venha o Juízo Final,
e assim sejam lançados no lago de fogo para sofrimento eterno.
Fontes:
BIBLIOGRAFIA
A Bíblia e o Futuro - Editora Cultura Cristã
BERKHOF, LOUIS
Teologia Sistemática - Edição : Luz Para o Caminho
LANGSTON, A B.
Esboço de Teologia Sistemática -
Cd estudos SEBEMGE -
SEMINÁRIO BATISTA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Pr. Adelcio Ferreira
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